Quem já foi no Espírito Santo certamente já escutou alguma vez os tambores do congo soarem, mesmo que de forma indireta. Pois é, o Congo Capixaba é uma das representações culturais mais marcantes desse maravilhoso estado.

Com um som marcante e rítmico é impossível escutar a casaca e o reco-reco e ficar parado. Do mesmo modo que muitos aspectos culturais brasileiros são de origem africana, não seria diferente no Espírito Santo. Por essa razão a união de diversas culturas que passaram pelo estado formou o que hoje é conhecido como o Congo capixaba.

O congo capixaba como manifestação cultural

O congo capixaba é uma manifestação cultural popular que acontece no Espírito Santo. Ele é originário nos escravos da época que foram expatriados involuntariamente de suas terras. Dessa forma trouxeram consigo a sua cultura, valores e religião sendo o congo capixaba uma mistura de tudo.

Portanto o congo capixaba é considerado o ritmo mais tradicional do estado. Inicialmente fazendo alusão aos escravos, aos santos de devoção, ao amor e ao mar. Devido ao sincretismo da onde surgiu o congo capixaba, esse estilo musical reflete a mistura entre a cultura africana e a religião católica.

As origens do Congo no Espírito Santo

Para poder entender como surgiu o Congo no Espírito Santo é imprescindível conhecer a história da formação sociocultural do estado. Logo depois da chegada dos portugueses e a introdução nos africanos como escravos, a imigração estrangeira e a migração interna colaboraram para definir a identidade capixaba.

Em outras palavras a origem do congo capixaba é definida pela diversidade. Desse modo é importante ressaltar que a vinda do europeu no estado não tinha o objetivo de substituir o escravo nas grandes fazendas. Contudo, como o Espírito Santo não possuía recursos para introduzir os imigrantes foi recebido apenas uma pequena parcela.

Identidade e cultura popular

Desse modo, os africanos que chegaram ao Brasil trouxeram consigo uma bagagem étnica muito variada. Com diferentes idiomas e credos se viram nas senzalas, com seus direitos a humanidade comprometidos, sua autonomia, etc. Por essa razão eles tiveram que reconstruir a sua identidade através da crença, da memória da representação de suas tradições e seus costumes africanos.

Foi dessa profusão de acontecimentos históricos que surge o congo capixaba, um patrimônio histórico-cultural das terras capixabas. Surge então um espaço de negociação, que envolvia não apenas a vida material, mas também a autonomia de organizações expressões da cultura africana.

Sincretismo religioso no Congo capixaba

Antes de mais nada vale ressaltar que as manifestações populares do Congo Capixaba não se prendem apenas ao vínculo religioso. Isso porque os congueiros celebram a vida e as suas raízes como uma forma de resistência ao genocídio histórico resultante do período de colonização das Américas.

Com o intuito de aproximar a cultura tradicional de seus países, os escravos daquela época absorveram parte da cultura religiosa cristã. Desse modo é possível ver também além dos praticantes cantando e dançando toadas não religiosas, também é possível ver músicas carregadas de conotação religiosa com alusão a santos e a entidades da natureza.